quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Circuito Cultural Praça da Liberdade

Mais do que um espaço para o lazer, um local de acesso à cultura. Será esse o destino da Praça da Liberdade? Pelo menos é o que promete o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, projeto do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, em parceria com a iniciativa privada. O objetivo é reformar os prédios da praça, hoje utilizados por unidades administrativas do Governo do Estado, para abrigar, mediante convênios e permissão de uso por 21 anos, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro de Indústria e Arte Contemporânea da Fiemg, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e o Circuito Cultural Vale do Rio Doce, entre outros.

A propaganda oficial tenta, a todo o tempo, passar a imagem de que o projeto vai gerar acesso a bens culturais para a sociedade de maneira ampla, mas omite problemas e polêmicas cruciais que cercam a iniciativa. Tomemos o site oficial, por exemplo. Recursos visuais, imagens e slogans chamativos, acompanhados de informações vagas e gerais. Tudo bem, não esperaríamos que polêmicas pudessem aparecer em um site oficial. Mas a situação é crítica quando somada ao já conhecido domínio do governo atual sobre a mídia, que dificulta a livre circulação de mais informações sobre o projeto.

Neste post inicial sobre o assunto, destaco a dificuldade em se conseguir informações um pouco mais aprofundadas sobre a questão. A secretaria de Estado de Cultura se recusa a fornecer informações como a existência ou não de pesquisas sobre a demanda cultural de BH que sustentem o projeto.

Aponto então, alguns pontos a se pensar e a serem explorados nas próximas entradas neste blog:

- É justificável que mecanismos de acesso à cultura sejam concentrados e centralizados em uma região nobre e já valorizada da cidade?

- A dinâmica da região (trânsito, equipamentos como lanchonetes, estacionamentos e caixas eletrônicos etc.), é suficiente para a demanda que o espaço pode vir a apresentar? A região comporta melhorias? O projeto prevê tais melhorais?

- Existe o receio de que a reforma nos prédios descaracterize o interior de edifícios de inestimável valor histórico e arquitetônico. As normas de tombamento estão sendo respeitadas?

- Qual o destino do Centro de Referência do Professor (CRP)? O centro funcionava dentro da Secretaria da Educação, foi desativado para as obras e ainda não tem outra sede.

- As parcerias com a iniciativa privada podem gerar distorções e gerar um centro de venda e não de acesso à cultura?

Será que essas perguntas serão respondidas?

Até a próxima!

Por Laryssa Mariano

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